segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Breve introdução á Medicina Chinesa

Introdução
Por Ricardo Valério. A Medicina Chinesa ou Medicina Tradicional Chinesa (MTC) como é conhecida nos dias de hoje é por assim dizer um subproduto da reavaliação e reorganização que tomou lugar nos anos 50 da “nova” China1. Indubitavelmente que a sua existência e sobretudo a sua conservação e permanência até então deve-se ao autêntico fenómeno cultural a que a Medicina Chinesa é considerada, ocupando um lugar de destaque próprio na China. Desde o que os chineses comem ás crenças populares, passando pela música, tradições orais de contos e histórias, caligrafia, agricultura, religião, filosofia, etc., todos estes entre outros acontecimentos manifestam algum detalhe que ficou tocado pela presença da Medicina Chinesa. Tal como foi dito, para que se realmente entenda a Medicina Chinesa, temos que compreender e mergulhar no seu passado cultural para que talvez os seus segredos mais obscuros e de significados profundos possam então surgir e ser-nos revelados.
1 A partir de 1949, o PCC (Partido Comunista Chinês) decidiu reorganizar a medicina por forma a satisfazer as necessidades de cuidados de saúde do país mas encaixando e renovando os seus tradicionais padrões ao critério revolucionário da altura. Esta nova medicina, então rotulada de Medicina Tradicional Chinesa, reforçava a ideia governamental em encontrar uma aproximação científica ao mesmo tempo que visava promover uma nova e reinventada cultura chinesa.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

' A saúde não é a mera ausência da doença'.
A Medicina Tradicional Chinesa é um sistema holístico de tratamento, completo, desenvolvido ao longo de milhares de anos de experiência e assente sob princípios filosóficos, humanistas e naturalistas.
O sistema da Medicina Tradicional Chinesa consiste de várias técnicas de tratamento, entre as quais, a Acupunctura e Moxibustão, Massagem Tui-Na, a Fitoterapia Chinesa, Exercícios internos – Qi Gong, são nos dias de hoje as mais conhecidas.
A lógica da Acupunctura (针 Zhen – agulha) consiste na inserção de agulhas em pontos especiais (acupontos) existentes por todo o corpo, por onde passam canais ou meridianos que se ligam interna e externamente com todas as estruturas orgânicas do corpo humano por forma a harmonizá-lo quando em desequilíbrio. É um tratamento indolor, que não acarreta efeitos secundários e como tal recomendado para todas as idades. A Moxibustão (灸 Jiu – que significa queimar) é uma técnica que pode ser associada à acupunctura. Trata-se de uma técnica onde se busca o calor como forma de tratamento para o tratamento de várias patologias agudas ou crónicas. A Massagem Tui-Na (推拿 Tui – empurrar, Na – agarrar), é uma antiga técnica (mais de 3000 anos), que consiste no uso de várias manipulações com o objectivo de prevenir e tratar doenças. A Massagem Infantil (小儿推拿 Xiao er Tui-Na) faz parte da teoria dos tratamentos externos da medicina chinesa, ou seja, as manipulações são realizadas na superfície externa do corpo, mas os resultados acontecem na parte interior do mesmo. Desta forma reequilibram-se as normais funções corporais e fortalece-se a resistência da criança aos factores patogénicos. A Fitoterapia Chinesa (中药 Zhong Yao – ervas chinesas) é um sistema terapêutico usado nos hospitais e clínicas chinesas conjuntamente com a medicina ocidental, o qual fazendo uso de uma grande variedade de substâncias (vegetais, minerais e animais) trata e previne o aparecimento de doenças. Os Exercícios de trabalho Interno (气功 Qi Gong) formam uma das mais antigas correntes que compõe o sistema da Medicina Chinesa. São exercícios que coordenam respiração, consciencialização e posturas, que podem ser ou praticados pelos pacientes ou usados pelo terapeuta em tratamento.